sábado, 15 de maio de 2010


O Outro Lado da Bola
Texto: Sérgio Turra Brum
Algumas pessoas acreditam que futebol é questão de vida ou morte. Fico muito decepcionado com essa atitude. Posso garantir que futebol é muito, muito mais importante.
Bill Shankly
Quase todos nós torcemos por algum time de futebol. Eu já fui torcedor de acompanhar todos os jogos pela imprensa, comparecendo esporadicamente aos estádios. Entretando, meu entusiasmo pelo esporte diminuiu bastante nos últimos tempos. O fato é que passaram a me chamar a atenção os efeitos funestos do fanatismo exacerbado.
É difícil identificar algum fenômeno cultural que tenha tanta adesão e que afete emocionalmente os indivíduos e as massas de forma tão incisiva. O mau humor, a euforia, a raiva, a sensação de felicidade, a vergonha e o orgulho ufanista são alguns dos sentimentos que se alternam ao extremo, durante os jogos e após eles. E esses sentimentos e emoções frequentemente resultam em atos de violência. E por que isso acontece?
Uma das chaves da resposta certamente está ligada à utilização do esporte como indutor de consumo. A quantidade de tempo dedicada aos programas esportivos de rádio e televisão é excepcional, o que não deixa dúvida sobre a sua eficácia para promover qualquer produto e, portanto, atrair patrocinadores. Problema sério surge, porém, quando consideramos a propaganda de bebidas alcoólicas (o seu programa esportivo favorito tem quantos patrocinadores da indústria de cerveja, cachaça, vodka ?), sendo possível vislumbrar imediatamente sérias consequências, pois sabe-se muito bem que uma parcela da população, ao ser incentivada a consumir tais produtos, vai muito além de algumas cervejinhas apreciadas sem maiores problemas, sendo desnecessário enumerar os danos causados pelo álcool aos indivíduos e suas famílias. E o estímulo ao consumo de álcool aliado à paixão futebolística desarrazoada enseja, creio, a maioria dos episódios insanos que ocorrem nos eventos esportivos: depredações, vandalismo, brigas e assassinatos, promovidos por grupos integrantes de torcidas organizadas ou mesmo por indivíduos sem qualquer vinculação desse tipo, motivados por discussões banais. Tornou-se corriqueira a ocorrência de um certo número de mortes em todos os clássicos e outros jogos de maior importância. Bem oportuno o artigo publicado na Zero Hora de 25 de fevereiro último, assinado pela Procuradora de Justiça Maria Regina Fay de Azambuja, criticando a propaganda de cerveja protagonizada pelo técnico Dunga.
A solução para o problema começa com a educação recebida em família: as crianças precisam ser educadas para apreciar o esporte sem elevá-lo à categoria de paixão que, mal compreendida, dá margem à irracionalidade incontrolável. Faz necessário o engajamento de todos os responsáveis e interessados pelo futebol (sociedade, governos, empresas, torcedores e clubes) na busca de formas de civilização do ato de torcer, individual e coletivo. Especialmente a mídia, os governos e os clubes não podem omitir-se, embora aí as coisas se compliquem muito, considerando as implicações financeiras. Aqui geralmente surge a defesa da liberdade das atividades privadas, bem como o enaltecimento dos benefícios que dela advêm. Fala-se também dos meninos de origem humilde que se tornaram ricos, na carreira futebolística. Entretanto, é inadmissível menosprezar princípios e valores, inclusive estabelecidos constitucionalmente, que dizem respeito ao bem comum dos cidadãos, que certamente têm prevalência sobre razões de mercado seguidamente alheias aos interesses sociais. Muito mais do que para enriquecer uma parcela ínfima da população, as quantias surreais movimentadas pelo esporte deveriam reverter, em parcela generosa, para a educação dos torcedores e a segurança nos estádios.
Assim, a frase que encabeça esta reflexão não poderia ser mais infeliz, reflexo da mentalidade que promove a mitificação do esporte, distorcendo aquilo que ele realmente é: um meio de entretenimento.

sábado, 1 de maio de 2010

breve comentário sobre eleições

Abaixo postei um trabalho sobre direito eleitoral, matéria que estou estudando, e não posso deixar de fazer alguns comentários:
Este Blog não tem objetivos políticos partidários mas neste ano de eleição vem a tona, mais do que nos outros anos ,a discussão política e o grande descontentamento da população com esta classe, e até aí nada de anormal. Mas o que vale refletir é no quanto nós eleitores estamos envolvidos nesta tarefa de eleger nossos representantes .
O que se observa mesmo é a pouca importância que é dada a este direito que é fundamental para a democracia, afinal não se descobriu ainda outro modelo mais justo , que foi por tantos anos perseguida pelo Brasil e que em tantos outros países ela ainda nem sequer é exercida. É claro que muitos vão pensar " de nada adianta votar neles, todos vão roubar" " eles nada fizeram de bom" e aí por diante; e é com alguma razão que se diz isto enquanto crises e mais crises de corrupção aparecem nos jornais.É fato, nossos representantes estão fazendo muito feio.
Além disto existe muitas distorções no nosso processo eleitoral que precisam urgentemente ser enfrentadas como a questão do financiamento de campanha e o caixa dois dos partidos, as coligações partidárias sem vínculos ideológicos que só visam os interesses eleitoreiros, a questão da representatividade dos estados no senado federal, a questão dos suplentes, a questão do quociente partidário e outras; e talvez até discutir se o modelo parlamentarista não seria o mais adequado a nossa cultura. Todas contribuem para de um jeito ou de outro distorcerem a real representatividade do povo no poder, como deveria ser .
Mas também não podemos olhar somente o que não está bom. Muitas coisas evoluiram e se ficarmos comprando esta idéia de que tudo é ruim , estaremos contribuindo para que as coisas boas não sejam aproveitadas. Por exemplo, o Brasil é referência mundial em tecnologia e processo das eleições. É isto aí, já exportamos nossos métodos para vários países e alguns até fizeram testes em algumas eleições com nossas famosas urnas eletrônicas. Você já parou para pensar em quanto já foi investido em equipamentos, treinamentos , pessoal, logística para que cada eleitor deste país tenha a oportunidade de votar. As urnas estão sendo levadas aos mais longínquos rincões deste país, por terra, água e ar, perto de cada localidade para que o eleitor participe da escolha de seu representante sem precisar se deslocar para muito longe. Isto tem que ter algum valor. Você conhece algum país que faz isto com a mesma diligência e rapidez, sendo que o resultado sai no mesmo dia, tudo processado em um país com proporções continentais como o Brasil .
E infelizmente ainda temos eleitores que vendem seus votos por qualquer trocado. Eu sei que para muitos um dinheiro vindo em boa hora é a salvação, mas é por causa disto que muitos maus políticos são vitoriosos.Porque é assim mesmo, os políticos corruptos estão nos representanto porque ganharam votos; quer dizer os eleitores escolheram ele.
Chega a ser impressionante como velhas figurinhas conhecidas pelo mau uso do bem público, desvios de verba, corrupção e outras porcarias continuam no cenário político nacional. E elas foram eleitas. Precisamos aprender, nos educarmos mesmo, a votar e exercer nosso direitos como cidadão. E depois da eleição temos que verificar e fiscalizar a atuação destes nossos escolhidos. Acredito que o direito de votar deveria ser melhor explicado a partir da escola , porque se trata de um problema que tem a ver com a cultura do povo.
É imprescindível valorizar seu voto. Pense assim, se deste modo não tá muito bom, pior seria se nem pudéssemos escolher.Ou assim, se você não votar como forma de protesto aquele eleitor que vendeu o voto vai votar e o mau político vai ganhar. Pesquise e escolha o melhor ou o "menos ruim". Deixe os piores políticos, aqueles que não cumpriram o que prometeram, os que foram corruptos, os que não trabalharam, para o limbo do esquecimento.
Existe muita gente que acredita em mudanças e está conseguindo alguns progressos como o MCCE Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral, que já conseguiu que aprovassem um projeto de iniciativa popular que virou o art 41-A da lei 9504/97 que está sendo muito eficaz no combate a corrupção eleitoral. Agora estão lutando para a aprovação de um outro projeto muito importante de iniciativa popular que é o chamado projeto ficha limpa, para filtrar melhor os candidatos a representantes do povo. Se informe melhor pesquisando na internet sobre o assunto.
Enfim, vamos utilizar melhor esta ferramenta que é o voto. Muita coisa deve melhorar para ficar 'quase bom" mas também podemos fazer parte desta melhora utilizando com mais consciência aquilo que está ao nosso dispor. Afinal, se escolhendo já está assim imagine se nem sequer participarmos da escolha ou do processo. Ivan Quoos

Análise sobre a redução da pulverização partidária como mecanismo de fortalecimento das ideologias políticas que disputam as eleições.


Análise sobre a redução da pulverização partidária como mecanismo de fortalecimento das ideologias políticas que disputam as eleições.
Ivan Quoos

Existe um sentimento geral na população de grande decepção com seus representantes, um verdadeiro descrédito com os políticos. Eles passam a imagem de quem, após as vitórias nas eleições, esquece de seus principais objetivos como representante do povo e passa a se dedicar, quase que exclusivamente, a seus interesses individuais, dos seus patrocinadores e de como trabalhar para se perpetuar no poder.
Não há como negar que nossos representantes foram escolhidos de maneira legal pelo voto secreto e em eleições livres, mas então como explicar a escolha de tantos representantes com o perfil contrário a vontade do povo.
Parte do problema começa com a falta de identidade ideológica dos políticos e suas agremiações e com o excessivo número de partidos, o que que acaba tornando difícil ao eleitor saber qual a diferença de um e outro candidato ou partido. Isto faz com que, na hora da propaganda e da escolha do candidato, acabe pesando mais o lado pessoal (simpatia) em detrimento das ideias que este possa defender.
Consequência disto é a formação do ambiente propício para surgimento de políticos individualistas que vendem suas imagens para se manterem no poder, sem compromisso com ideologias, e que após eleitos, como antes, passam a se dedicar, acima de tudo, com seus objetivos de poder. Os partidos, enquanto isto, se tornam fracos e reféns destes políticos, principalmente quando é com o apelo pessoal deles que o partido sobrevive. Claro que nem todos são descompromissados com ideologias, mas o que se demonstra na política é que isto está bem difundido no meio.
Também devemos refletir quanto ao real benefício de se ter uma pulverização partidária tamanha, que por representar tantos e os mais variados segmentos sociais, minorias e interesses específicos, acabe tornando difícil atender a maioria nas decisões necessárias ao país. Pois o que se observa é a intransigência na hora de decidir, fazendo com que qualquer votação acabe tendo que passar por negociações entre interesses que não atendam aos do povo. E a moeda de troca muitas vezes acaba sendo as emendas do orçamento.
Também não podemos nos iludir com a idéia de que quanto menos partidos melhor, pois onde houver dois partidos haverá divergências e estas são saudáveis para a democracia. E muito menos pensar que o caminho está no cerceamento da representatividade das minorias.
A prática do pluripartidarismo político1, é louvável em sua essência pois possibilita que as minorias e maiorias tenham sua representação garantida; mas quando feito de forma mercantilista, interesseira, sem vínculo ideológico com seus representados, perde o sentido. No Brasil está ocorrendo principalmente este desvirtuamento, com o crescimento das legendas de aluguel e dos partidos nanicos que tem como objetivo ocupar os espaços públicos. Sem dúvida a solução passa por colocar normas e regulamentos que impossibilitem transformar algo bom em negativo.
A grosso modo, pode-se fazer uma comparação desta pulverização partidária, àquela brincadeira chamada cabo de guerra, só que no exemplo a corda teria várias ramificações a partir do centro, sendo puxada por vários grupos e não se movendo para um lado definitivo.
Por outro lado, é fácil verificar que o excessivo fortalecimento dos partidos podem torná-los verdadeiras ditaduras de uns poucos dirigentes, ou caciques, que comandam de forma arbitrária os anseios dos filiados. Não se pode confundir autonomia partidária com menor fiscalização. Cabe a justiça subordinar o partido quanto a legalidade de seus preceitos.2
Por fim, é compreensível que após uma ditadura militar de aproximadamente 20 anos, onde prevaleceu graves restrições a liberdade, ocorresse uma proliferação de partidos. Mas já é hora de criar mecanismos que reduzam estes números a algo mais realista, próximo das ideologias que realmente existem. Acredito que estas medidas passam por algumas já existentes que devem ser reforçadas e outras que poderiam ser criadas.
Dentre as já existentes, cito a Cláusula de barreira onde o partido tem que alcançar um percentual mínimo de votos para ter o direito a funcionamento parlamentar. Alguns acreditam que esta regra é contrária a democracia,3 porém vejo nelas um fortalecimento das ideologias com representatividade.
Outro regramento que já surtiu algum efeito positivo é a interpretação do TSE e do STF sobre a infidelidade partidária, que teve como consequência a Res. TSE 22610, onde prevê que político que trocou de partido sem justa causa poderá perder o mandato para o seu partido. A regra é totalmente coerente em valorizar o conteúdo programático do partido pelo qual o político foi eleito, em detrimento aos interesse individuais que este possa ter. Ainda, conforme pode-se extrair do cálculo do quociente partidário e eleitoral, os votos que o político recebe somente por estar naquela legenda são muitas vezes determinantes para que seja eleito. Certamente devo observar que existe situações em que o político tenha uma justa causa para querer trocar de partido e isto deve ser devidamente avaliado para evitar injustiças.
Dentre medidas que podem também contribuir para a problemática em questão, acrescento a regra que determine o aumento do prazo de filiação partidária para que o filiado possa se candidatar.4 Deste modo desencorajaria a troca de partidos.
Outra seria a denominada verticalização, regra que prevê a racionalidade nas coligações partidárias. As alianças partidárias teriam que obedecer uma lógica nacional, as estaduais teriam que seguir as nacionais.5 Afinal, por mais que existam diferenças regionais é ilógico que as ideologias dos partidos sejam diferentes , pois o partido deve ter caráter nacional.
E por último, as regras para criação de um partido político, que apesar de terem critérios rígidos, acredito que devam ser ainda mais. Poderia se pensar em maior discussão nacional de seus programas e aumento do número de assinaturas. A questão da ideologia do partido tem que ser melhor verificada no momento criação. É muito importante definir o que é uma nova proposta de partido, sempre cuidando para não cercear a liberdade. Tenho que este ponto está no cerne da questão.
Finalmente concluo que a redução da pulverização partidária contribuirá sobremaneira para o fortalecimento das ideologias políticas, e pode ser feita com algumas das propostas acima amplamente estudadas e discutidas no meio jurídico. Mas é bom lembrar que o pluralismo político é algo saudável e só precisa de mecanismos de defesa contra os desvios de finalidade que possam surgir. Esta parte do problema, o estudo de soluções, se encontra bem avançado; mais difícil é a vontade política para tratá-lo.

Bibliografia:BARROSO, Luis Roberto. A reforma política: uma proposta de sistema de governo, eleitoral e partidário para o Brasil. Disponível em: http://institutoideias.org.br/pt/projeto/sistema_partidario.pdf. ; Brasil. Tribunal Superior Eleitoral. Código Eleitoral anotado e legislação complementar.8.ed.rev. e atual. - Brasília:TSE,2008.1.v.; Rosicler R. Santos, A efetiva aplicação do devido processo legal nos procedimentos intra-partidários ante o postulado constitucional da autonomia partidária. In sítio: www.uj.com.br/publicações/doutrinas/4517 visitado em 18/10/2009 ; site www.tse.gov.br.
1Cláusula pétrea garantida na Constituição Federal de 88, art 1º inciso V e art 17
2Segundo Rosicler R. Santos em _A efetiva aplicação do devido processo legal nos procedimentos intra partidários ante o postulado constitucional da autonomia partidária._ “Não há duvida de que os atos praticados pelos Partidos Políticos brasileiros estão sujeitos a apreciação do Poder Judiciário. Inobstante a previsão legal, observa-se que muitos Partidos, em sua estrutura interna, não observam e ou fraudam os preceitos constitucionais, não se harmonizando com os reclames de uma sociedade plural.”
3 Nesse sentido existe jurisprudência do Supremo em que foi indeferido a inconstitucionalidade do dispositivo – ADIN nº 1.354-8 e 1.363-7 – o relator da primeira, Ministro Maurício Corrêa, diz que “a norma contida no art. 13 da Lei nº 9.096 não é atentatória ao princípio da igualdade; qualquer partido, grande ou pequeno, desde que habilitado perante a Justiça Eleitoral, pode participar da disputa eleitoral, em igualdade de condições, ressalvados o rateio dos recursos do fundo partidário e a utilização do horário gratuito de rádio e televisão – chamado “direito de antena” – ressalvas essas que o comando constitucional inscrito no art. 17, §3º, também reserva à legislação ordinária sua regulamentação
4A legislação atual (lei 9507/97 art 9) prevê o prazo de filiação de um ano antes do pleito para concorrer. Tramita no Congresso Nacional o projeto 1.172/03 que altera os prazos mencionado. O projeto mantém o prazo de um ano para a primeira filiação e altera para dois anos o prazo das filiações subsequentes
5Nesse sentido, voto do Ministro Nelson Jobim na consulta 715, que resultou na Res 21.002, de 26.02.02, Rel. Min. Garcia Vieira: “A autonomia dos partidos restringe-se à definição de sua estrutura interna, organização e funcionamento ( CF, art 17, pg. 1º). Não têm eles o poder de dispor sobre o “ Caráter Nacional” exigido pela CF e pela lei. O objetivo é os partidos servirem aos interesses da nação e do eleitorado, e não, exclusivamente, aos interesses e conveniências eleitorais de seus integrantes”.

domingo, 25 de abril de 2010

para refletir

O Homem Triste

Você passou por mim com simpatia, mas quando viu meus olhos parados indagou em silêncio o porque vagueio pelas ruas.

Talvez por isso apressou o passo, e ainda que eu quisesse chamar, a palavra desfaleceu na boca.

É possível que você suponha que eu desisti do trabalho, no entanto ainda hoje bati de porta em porta em vão.

Muitos disseram que ultrapassei a idade para ganhar o pão, como se a madureza do corpo fosse condenação à inutilidade.

Outros, desconhecendo que vendi minha melhor roupa para aliviar a esposa enferma, me despediram apressados, crendo que fosse eu um vagabundo sem profissão.

Não sei se você notou quando o guarda me arrancou da frente da vitrine, a gritar palavras duras, como se eu fosse um malfeitor vulgar. Contudo, acredite, nem me passou pela mente a idéia de furto.

Apenas admirava os bolos expostos, recordando os filhinhos a me abraçar com fome, quando retorno à casa.

Talvez tenha observado as pessoas que me endereçavam gracejos, imaginando que eu fosse um bêbado, porque eu tremia, apoiado ao poste.

Afastaram-se todos com manifesto desprezo, mas não tive coragem de explicar que não tomo qualquer alimentação há três dias.

A você, todavia, que me olhou sem medo, ouso rogar apoio e cooperação. Agradeço a dádiva que me ofereça em nome do Cristo que dizemos amar, e peço para que me restitua a esperança, a fim de que eu possa honrar com alegria o dom de viver.

Para isso, basta que se aproxime de mim sem asco, para que eu saiba apesar de todo meu infortúnio que ainda sou seu irmão. MEIMEI.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.Por que sofremos tanto por amor? O certo seria não sofrer; apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão fixe, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor (e não conhecemos), por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos (e não tivemos), por todos os concertos, livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida. Não sofremos porque o nosso trabalho é desgastante e paga pouco! Mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Não sofremos porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela as nossas mais profundas angústias, se ela estivesse interessada em nos compreender. Não sofremos porque nosso clube perdeu, mas pela euforia sufocada. Não sofremos porque envelhecemos, mas porque o futuro nos está a ser confiscado, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples: Iludindo nos menos e vivendo mais! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e se esquiva do sofrimento, perdendo também a felicidade.A cada dia que passa mais longe estou da minha ultima ilusão... agridoce... mais agri do que doce... Publicada por CARLA SUSANA em site espírita

Mais um dia, mais uma chance...de fazer ou descobrir o que nos falta ..de seguir acreditando que tem algo a buscar ou que o que buscamos realmente vale a pena...mas o que realmente queremos ...felicidade... viver sempre alegre...sempre ter o que comemorar...ou o mais importante é sonhar...sonhar que sempre pode ser melhor, que talvez nem compreendemos o melhor para nós ...enfim mais um dia , de mais uma vida...ainda não sei o que me falta, mas quero continuar a sonhar, acreditar que tem algo bem melhor que nem sei explicar mas que posso chegar lá....e talvez encontre já nessa constante busca pelo que ha de melhor uma suave ou tímida felicidade que aos poucos um dia , em uma vida, posso me acostumar.

Embrulho de palavras e pensamentos.

Como vão todos, ou talvez só você, melhor, especialmente você. E se está aí lendo , valeu mesmo e tenha a certeza de que vou me esforçar para dizer algo legal, ou pelo menos diferente para você. Começo a escrever agora algo, alguma coisa, porque tenho uma vontade de escrever e ainda não sei bem o quê, mas acredito que de alguma maneira é importante começar mesmo assim, melhor do que nunca tentar e só ficar na desculpa; por isso resolvi, mesmo que um pouco acanhado, escrever umas palavras, ainda que sem planejamento. Mas não me entenda mal, não quero fazer você perder o seu tempo com uma leitura inútil. Apenas acredito que quase tudo o que poderia ser dito ou escrito, já foi feito por alguém, então gostaria de fazer algo novo, pensar e refletir com você sobre como escrever, o quê escrever ou talvez tentar dizer o velho diferente, o que já valeria a pena ler , eu acho. Assim, vou tentar ver aonde meus pensamentos poderão nos levar.
Sabe, às vezes penso, vejo e falo, coisas que realmente valem a pena dizer as pessoas, isto acontece em alguns momentos em que conseguimos captar o que é importante na vida, mas nem sempre aproveito a inspiração, e nem a registro, e quando a emoção do momento se vai, com ela a inspiração se perde. Por isto registro logo minha admiração pelos escritores que conseguem captar estes momentos e transformá-los em textos realmente valiosos.
Mas, voltando aos meus pensamentos que devem ser a fonte de informação e inspiração, começo a ter idéias, meio embaralhadas, mas que podem dar certo. Se você não gostar, não desista, pois provavelmente vou ter outras idéias logo adiante. Bom, na verdade se trata disto mesmo que estou fazendo, pensar no que vale a pena escrever, enquanto escrevo e você lê; talvez eu não tenha grandes idéias mas a novidade será que você poderá ter boas idéias, pois os meus pensamentos poderão estimular os seus, e vice- versa..... não, acho que o contrário não acontecerá, mas tudo bem; você pode me dizer se deu certo.
Primeiro queria entender porque querer escrever, e me recordo que em algum lugar eu li que todo o homem gostaria, de pelo menos, escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho antes de partir desta vida. Eram mais ou menos estas palavras e vou correr o risco de não indicar o autor porque não lembro quem foi nem onde li, mas não queria perder a chance de transmitir esta idéia e suas repercussões, mesmo que eu reconheça o valor das idéias e o merecido direito de autoria, ainda que por outro lado nem sempre a idéia é nova, apenas dita diferente e ... chega, estou enrolando e desviando do assunto. O fato que quero chamar a atenção e que fica claro na idéia do início do parágrafo é: a vontade do homem deixar algum rastro ou registro de sua passagem nesta vida. Pode ser uma idéia, um exemplo, uma lição, contribuição. Assim, penso eu, dar um sentido para sua cruzada pela Terra e uma contribuição para seu melhoramento. Ser útil.
O exemplo não é taxativo, muitos vão pensar que não querem ter filhos nem escrever livros e nem plantar árvores, e nem por isto se sentem inúteis, e tudo bem, porque a idéia não é esta mas penso que é apenas um exemplo que vai de cada personalidade. Uns querem ser lembrados pela sua competência profissional e assim contribuir, outros pelo seu carisma, outros pelo seu exemplo, pelo seu sucesso, pela sua dedicação a família, pela sua simplicidade e etc...
Pois é, mas com esta idéia agora parece que aumentou a responsabilidade sobre o quê escrever, afinal de alguma forma posso ser lembrado, julgado por esta contribuição, este texto, e se não for grande coisa minha vida terá sido sem importância, caramba.......Quero aqui registrar que este texto não representa as coisas mais importantes que já fiz em vida, afinal tenho filhas lindas, dei exemplos bons e ruins, de como fazer e como não fazer as coisas e até por coincidência, já plantei algumas árvores. Tudo bem, acho que já entenderam. Este texto pode nem ir a público, talvez alguém leia sem querer, começou, ficou curioso, quis ver onde vai dar e ...bom ele é que vai concluir. Mas este texto não pode ser levado tão a sério, afinal é o primeiro, está servindo de teste e ; bem pode ser o último. Outra idéia, posso assinar com um pseudônimo, um nome secreto e assim não terei pudor ( nossa, parece até um texto pornográfico) em escrever o que vier na cabeça ( o que nem sempre é uma boa idéia escrever) até ele chegar em suas mão ou nas de qualquer um, decidirei sobre isto.
Outra coisa que li faz tempo e me intriga bastante, e novamente não sei dizer quem é o autor e vou arriscar mesmo assim, porque penso que são idéias disseminadas por várias pessoas e só porque uma delas escreveu e colocou seu nome, não teria por si só o direi....de novo fugindo do assunto; e olha que este assunto poderia dar o que falar, mas seria mais na área de Direito e ... ponto.
Voltando ao assunto. A idéia que li era mais ou menos esta: a inspiração para escrever textos interessantes acontece quando o homem está passando por problemas e aflições, pois estaria mais sensível, suas experiências lhe renderiam temas que chamam mais a simpatia das pessoas. E realmente faz sentido. Escrever sobre uma vida onde tudo que acontece é bom, normal, tudo seja seguro e lindo e florido pode ser bem monótono. Ao contrário, discorrer sobre os dramas que afligem a todos nós, em seus detalhes, aguçam a curiosidade das pessoas. Visto as novelas de televisão, o que não faltam nelas são os problemas, angústias, traições, enganos, enfim tudo o que gera aflição. Uma novela onde ninguém corre perigo, ninguém faz nada de errado, salvo melhor juízo, não vai ter tanta audiência.
Isto me parece meio triste pois acredito que todos nós desejamos uma vida segura, confortável, sem disputas, harmoniosa, onde não teríamos que estar constantemente em conflito com os outros para sermos felizes. Pois então, se queremos viver na novela chata onde todos são bonzinhos, porque gostamos de olhar a novela onde tem os maus e os bons ( a maioria mau) se engalfinhando em jogos de traições, golpes baixos, e outras maldades. Acho que este é assunto para a área de Psicologia, mas vou arriscar alguns palpites, afinal o texto é meu e...seu é claro. Não quero que você se sinta tolhido em opinar, afinal que seria de um texto sem leitores, seria só para desperdiçar folhas de papel e assim, árvores, e contribuir para o desmatamento mundial, o que seria um prejuízo para nosso ecossistema, e pensando nisto, como existe desperdício de tudo em nosso querido país, é água potável jogada nas calçadas, papel fora ou queimado que poderia ser reutilizado ou reciclado, queimadas de matas para se plantar pastos, lixo orgânico que poderia virar adubo, lixo inorgânico que poderia virar reciclados e muito mais, todos deveríamos pensar mais nisto, mas isto é assunto de Ecologia...... e além disto desperdiçar assim a natureza não seria politicamente correto, é o que se vê como uma campanha internacional, global, e falando nisto, os países desenvolvidos adoram meter o bedelho sobre como o Brasil deve tratar seu ecossistema, só que esquecem de que não são exemplo para ninguém sobre o assunto, é só verificarem as fotos destes países tiradas por satélites que existem em alguns programas na internet, quase não existe florestas virgens nestes países devido o alto grau de desmatamento, bom isto é assunto de Política...Vou voltar ao assunto do início do parágrafo.
Acredito que o ser humano tem uma natureza conflituosa entre o seu lado mais primitivo e atrasado que é dominado pelas suas más paixões e o outro lado que quer ser algo melhor, com idéias mais nobres capazes de feitos importantes e de alto valor. E no meio deste conflito, que não se dá sem aflições e angústias, o homem se identifica com as experiências semelhantes que são descritas pelos filmes , novelas e livros, podendo tirar dali lições, exemplos ou apenas concordar ou discordar com o que vê ou lê, mas o fato é que ele se identifica; pois passa problemas tanto ou mais difíceis e vê em algum personagem, um companheiro no mesmo barco. Claro, também quero dizer, e é importante ressaltar, que muitos autores exploram somente as más paixões que o homem tem para poder vender suas criações, criando folhetins de péssima mensagem, parecendo demonstrar que a natureza humana só é guiada por objetivo mesquinhos e egoístas, principalmente quando o patrão do autor é tão somente o lucro. Eu mencionei que o ser humano tem natureza conflituosa, mas quase sempre, ainda mais se estimulado, as más paixões vão prendê-lo. Esta é uma opinião sobre a razão pela qual nos chama mais a atenção os dramas , nas histórias das pessoas. Acredito que uma boa obra deve ir de um lado ao outro, mostrando que o homem pode superar os obstáculos da vida, se tornando melhor, mostrando exemplos de superação.
Mas continuando com o exercício de pensar e refletir, ainda sem nenhum feedback seu, se é que você ainda está por aí, quero oportunamente colocar agora que opiniões e pensamentos podem ser sim temporários, principalmente quando não se amadureceu o suficiente, nem se observou sob todos os ângulos uma questão. O que quero dizer é que as opiniões acima podem sofrer mutações de acordo com minhas emoções do momento, experiências, enfim, aprendizado. Resumindo, uma idéia tida sob um determinado sentimento, pode ser diferente quando estamos com outra emoção . No caso, por exemplo, do meu palpite sobre o porquê de preferirmos as histórias cheias de conflitos e angústias a histórias onde todos são felizes para sempre desde o início, se eu conversar mais profundamente com um filósofo que se aprofundou no assunto, utilizando o modo empírico (indutivo) ou dedutivo (lógico), sistemático, metódico, científico, enfim isto é com a Filosofia, com certeza ele trará novos elementos para se poder opinar, e eu , se assim concordar, poderei mudar de opinião. Isto é essencial se vou querer tentar dizer algo que valha a pena, porquê a opinião é importante, e será melhor ainda se nos permitirmos aperfeiçoá-la através das contra-opiniões ao invés de limitá-la a sofismas que muitas vezes terão que se render a obviedades antes ocultas.
Sendo assim, o que escrevo agora não é para ser digerido sem ser mastigado, quer dizer, são apenas reflexões que tive pensando em algo interessante. Falando em mastigar , talvez estou avisando tarde , sugiro não fazer esta leitura após uma refeição meio pesada pois pode fazer um certo embrulho no estômago devido ao excesso de voltas em assuntos procurando posições fixas. Você queria o quê. Não é assim que os nossos pensamentos andam quando se solta a imaginação. Pensamos idéias, imagens, viagens, palavras e por pouco , (ou muitas vezes ) perdemos o fio da meada e fugimos do assunto.
Falando em pensamento e o que nos leva a refletir sobre suas características, uma coisa é fato, o pensamento pode nos levar muito longe e tão poucas vezes ficamos com ele. Temos potencial, imaginação, para viajar e viver aventuras, mas nos concentramos demais somente no lado exterior da vida. Existe uma vida interior dentro de cada um, pronta para ser vivida e esta pode ser como cada um planejar. Podemos construir em nossas mentes ambientes agradáveis , ao nosso gosto, em que podemos desfrutar pensamentos capazes de nos trazer alívio e consolo. Ou se preferirmos, podemos fazer do nosso cérebro verdadeiros oásis de pensamentos onde podemos nos recolher quando estamos fatigados do cotidiano embrutecedor. E para variar, tenho umas frases de famosos concordando sobre este assunto, em que lembro do autor, pois estão na minha frente, lá vão elas:
“ Eu tenho um abrigo em minha mente como o soldado que se retira para o abrigo durante a guerra para descansar. Eu me retiro periodicamente para o meu abrigo mental” Harry Truman, presidente norte-americano.
“ Em nenhum outro lugar o homem encontra maior calmaria ou liberdade de preocupações do que dentro de sua própria alma. Então dá constantemente a ti mesmo este retiro e renova-te” Marco Aurélio – imperador romano .
Já disse um filósofo , “o homem é o que ele pensa”. Seria como se o indivíduo, exteriormente, seria aquilo que ele acredita que é em pensamento. Atenção, também vai o alerta, a mente e sua dinâmica pode ser tão boa quanto ruim , digo isto no caso de cultivarmos pensamentos depressivos, aí é claro que estarei então trazendo um péssimo ambiente para mim mesmo , não é. Acho que concordamos a partir deste filósofo que , como diz o ditado, cabeça vazia não entra vento...ou seria mosca.. bom o importante é tomarmos conta do salão (mente) para que não entre qualquer coisa. Caramba, acho que agora estou escrevendo bobagem (só agora, ainda bem), já é alta madrugada e vou parar com este texto antes de danos piores, falta só o título....Acho, e infelizmente terá que ser agora minha opinião, talvez em outra ocasião faça um concurso aberto ao público sobre o melhor título para os meus textos e assim as pessoas poderão participar dando suas idéias, (grande idéia para vender livros) e chega, chega ...se eu esquecer de deletar as últimas linhas e você as leu, me desculpe; achei engraçado uma palavra do texto e por enquanto vou colocá-la como título: Embrulhão de Palavras. Afinal falamos sobre vários assuntos, como Direito, Psicologia, Ecologia, Política, Filosofia e etc... Bom pelo menos introduzi o assunto neste embrulho de palavras para que eu você pudéssemos pensá- las e refletí-las.


Olá

vamos falar de coisas interessantes ou de qualquer coisa que valer a pena, valeu