Era moleque, era guri,
fazia dos campos seu quintal,
caçava pássaros, corria nos pastos,
achava que tudo podia,
Roubava as frutas da vizinha,
nas colônias, as melancias,
pensava que culpa a ele, não cabia,
queria festa e alegria,
Tudo bem, moleque de rua,
fazem sempre suas diabruras,
até certo ponto,sei lá,
talvez passe com a idade,
que chegue logo a madura,
Na verdade,
pensava que não era maldade,
fazer estas molecangens,
antes da mocidade,
Mas como nada é em vão,
certo dia o piá, teve uma pesada lição,
num instante de ação, atirou,
e ficou com a bodoca na mão,
Toda floresta parou,
para ver a João de Barro despencar,
deixando um ninho para rebocar,
e filhotes a piar,
Fez um barulho surdo no chão,
a natureza perdeu e murchou,
e o coração do guri,
por dentro sangrou,
Descobriu que o João,
o de Barro, era um ser vivo de fato,
não pediu para nascer, mas gostava de viver,
cuidava seus filhotes, e cantava pra valer,
E que motivo não tinha,
para calar tão bela criatura,
que para a providência convinha,
que estivesse ali, a enfeitar nossas vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário